"Comunicar com a essência é comunicar com o caminhar"
Iniciamos 2021 com este Boletim Informativo de janeiro. Já ocorreram muitas coisas ao longo deste primeiro mês do ano, só uma pequena parte que será detalhada abaixo.
A área de cultivo da Montanha Grande Buda foi o palco de diversos mutirões com sociabilidade gostosa (se bem que controlada em razão da pandemia) entre associados com vontade de pôr a mão na terra. Com cuidados constantes ministrados por Tenkai e Seu Waldir, rendeu frutos (em forma de legumes orgânicos, suco de uva e chá) distribuídos em dúzias e dúzias de cestas não só para sócios, mas também para famílias em comunidades vizinhas (a aldeia mbya-guarani, entre outras). Graças a estas atividades, nosso entrosamento no Beco do Pesqueiro se intensifica, ocasionando todo tipo de troca de produtos e serviços - símbolos de colaboração entre amigos. Entre estes, cabe mencionar ainda a participação de Yushi e Tenkai, junto com 'todas as tribos' do Beco, numa assembleia ao ar livre no movimento coletivo “Não ao lixão”.
Destaca-se, entre as atividades de janeiro, a inauguração do novo Conselho Religioso reunindo monásticos, senseis e preceitados sob a presidência de Monja Kokai. Funcionando em forma de colegiado, o Conselho se reúne a cada quinze dias para planejar e realizar uma rica agenda de atividades religiosas.
Enquanto isso, os Grupos de Trabalho, cada vez mais numerosos, cresceram, agregando novos voluntários. Com reuniões semanais organizadas pela Diretoria e pela maioria das comissões - de Comunicação, de Revisão do Estatuto & Regimento Interno, da Ação Socioambiental, da Força Ecovila Zen e de Obras e Paisagismo –, mal sobra tempo durante a semana para a gente se visitar (virtualmente).
Todos os detalhes sobre essas Comissões (composição, dia e hora de reunião) podem ser consultados no novo site – ainda sujeito a críticas e sugestões - a ser lançado ainda na primeira quinzena de fevereiro.
É fundamental, contudo, lembrar que a grande maioria dessas atividades regulares (inclusive zazen e retiros) continua apenas de forma online, devido a nossa rigorosa adesão à orientação de distanciamento social exigida pela atual pandemia.
Justamente, para sublinhar a excepcionalidade deste momento, iniciamos este primeiro boletim de 2021 com um texto de Muni Sensei sobre a prática zen durante a pandemia. O Boletim segue depois com um resumo das atividades ocorrendo online neste momento.
Quarentena no Via
Dozen Muni Sensei
Este artigo procura analisar como ficou a prática do Budismo na sede do Via Zen depois do início da quarentena. É possível praticar o Zen à distância? Vamos analisar uma por uma as principais práticas do Zen.
Mas antes vamos ver como a proximidade física nos afeta. Na maior parte da nossa história vivemos em tribos em que a proximidade física era constante. Como facilitador de Biodanza pude ver na prática como isto nos afeta e como nos faz bem. Só ficar em roda em volta de um fogo, sem mais nada, nos faz bem. Nos sentimos em segurança, acolhidos e com uma sensação de bem estar.
Estas observações valem para todas as práticas.
ZAZEN - O zazen presencial se enquadra nisto. Mas o zazen não é só um encontro de pessoas. Ele é muito mais. Sua prática transcende o simples encontro. Por isto, mesmo no fundo de uma caverna, como Bodidarma fazia, ele ainda é zazen. Esta além do pensar e do não pensar, além do sentir. Um Buda se junta aos outros e os ajuda por compaixão, não por necessidade.
Mas a maioria das pessoas ainda sente um pouco este distanciamento. Por isto sentem uma diferença entre o zazen presencial e o online. Mas a tecnologia nos permite abrandar muito isto ao permitir que possamos nos comunicar ao mesmo tempo. Antigamente teríamos que combinar uma hora e supor que todos estariam em zazen naquela hora, cada um controlando o seu tempo. Hoje podemos ver as pessoas que estão praticando junto conosco. Talvez seja uma boa ideia não desligar as câmeras durante o zazen. Deste modo podemos ver pelo menos algumas pessoas ali imóveis junto conosco. Creio que isto ajudaria.
KINHIN – Para o kinhin vale o mesmo que para o zazen.
CERIMÔNIAS – O praticante pode ver os oficiantes. Mas fica mais difícil recitar sutras em casa se tiver mais gente ou o espaço for pequeno. Também fica mais difícil recitar os sutras em conjunto. Mas é perfeitamente possível e a diferença é pequena.
SAMU – fazer na própria casa é diferente de fazer numa área comunitária com todo mundo junto. Aqui também, se fosse possível posicionar a câmera de modo a mostrar as pessoas trabalhando daria uma sensação maior de união, uma sintonia maior. Todos temos que estar atentos ao toque do sino que indica o fim do samu. Parar na hora e todos juntos é importante.
Também seria interessante se todos pudessem fazer a mesma tarefa (limpar banheiros, varrer...). Talvez até fazerem o mesmo almoço! Com um cardápio próprio para o Sesshin.
PALESTRAS DO DARMA – é o que tem menos diferença. É perfeitamente possível ver/ouvir o palestrante virtualmente.
Para encerrar, devemos lembrar uma característica importante da prática virtual. Ela traz mais gente do que a presencial. Então, o Zen vai continuar mesmo sem a prática presencial e é perfeitamente possível praticá-lo virtualmente. Quando terminar a quarentena certamente devemos continuar com as práticas virtuais em conjunto com as presenciais.
As Práticas de Zazen (online)
ZAZEN Online: Todos os dias da semana (menos segundas e quartas), 19h30 às 20h. No grupo de estudos que segue o zazen, finalizou-se a leitura do livro "108 contos e parábolas orientais" de Monja Coen Roshi no dia 24 de janeiro, iniciando o livro "Mente Zen, Mente de Principiante" de Shunryu Suzuki no dia 26 de janeiro.
A PARTIR DE 7/FEV: Reinício de ZAZEN PARA INICIANTES, 1º e 3º domingo do mês, 17h.
12 a 16/FEV: Nehan Sesshin (retiro de 6 dias), realizado em parceria com Zendo Brasil.
A PARTIR DE 20/MAR: Reinício dos Zazenkai (Retiros de um dia), sempre no terceiro sábado do mês.
Cursos e Seminários (online)
A PARTIR DE 18/FEV: Série de Estudos Via Zen: Budismo no século XXI David Loy, As novas Faces do Budismo - estudo sobre livro de David Loy. Vagas limitadas, 8 encontros nas quintas-feiras, das 10h às 11h.
A PARTIR DE 10/MAR: Curso de Introdução ao Zen Budismo. Vagas limitadas, 11 encontros nas quartas-feiras, das 19h30 às 21h.
27/MAR (MANHÃ E TARDE): Seminário online Via Zen Socioambiental. Trabalhos Preparatórios, após Zazen de sextas-feiras, dias 19 e 26/mar.
DARMA NA RODA: até o início de março, em parceria com o Instituto Zen Maitreya, às quartas-feiras após o Zazen das 19h30 até às 21h.
Aconteceu em janeiro:
6 janeiro: “A que escola pertenço?”, com Prof. Ricardo Sasaki, Centro Nalanda - MG https://youtu.be/dTpmjroU3Mk
13 janeiro, “Panorama do budismo atual no Brasil”, com Prof. Dr, Joaquin Monteiro: https://youtu.be/7FCS1ykpn7M
20 janeiro: “Sobre o esforço correto”, com Monge Dokan Saint Clair, Prof. da UFF, Discípulo de Monja Coen Roshi https://youtu.be/Vq1ILS4iDaw
27 janeiro: “O Budismo socialmente engajado”, com José Ovidio Waldemar, médico psiquiatra e praticante de zen. https://youtu.be/Lt5QX2EZTEE
3 fevereiro, “A cultura chinesa e o contexto atual da globalização”, com José Vicente Tavares dos Santos, Prof. de sociologia, UFRGS. https://youtu.be/HuACwFLukJM
Reuniões Gerais do Via Zen (online)
Aconteceu em janeiro:
16/JAN: Reunião temática da Sanga Via Zen + Darma da Ecovila com pauta: planejamento, propostas, questões, sugestões. https://youtu.be/Z7Dtg_BAux0
30/JAN: Reunião para apreciação de estudo e proposta preliminar para A Montanha Grande Buda (Centro de Prática, Ecovila e áreas de usos múltiplos. https://youtu.be/41xjca-woF8
Acontecerá:
6/MAR: Reunião para apreciação de estudo e proposta final para a Montanha Grande Buda (Centro de Prática, Ecovila e áreas de usos múltiplos). Etapa IV dos Grupos de Trabalho da Comissão da Ecovila. Aberto para todas as pessoas associadas e cotistas da Ecovila, às 14h30.
Em busca de Colaboradores
Via Zen está em busca de VOLUNTÁRIAS/OS:
Para realizar samus de organização e inventário de bens em ambas as sedes. Datas a combinar, enviar email para: diretoriaviazenrs@gmail.com
Para elaborar estratégia de valorização, divulgação e venda das obras de arte do falecido Monge Anji Palumbo (reconhecido artista, Ângelo Palumbo). O acervo (maior parte quadros) foram doados por sua mãe ao Via Zen, por intermédio de Coen Roshi, para reverter em fundos para nossa Associação. Pessoas interessadas em colaborar com esta frente de ação, favor enviar email para: diretoriaviazenrs@gmail.com.
Campanha de Doações
PRECISAMOS:
Para a família de nosso funcionário, Seu Valdir: Geladeira, guarda-roupas, colchão de casal.
Para o Zendo Porto Alegre: Estante para livros; claviculário (para guardar chaves); pequeno cofre; extintores de incêndio; livros sobre Budismo.
Para o Centro de Prática da Montanha Grande Buda (particularmente itens dos Altares de Kanzeon / Buda: Inkin + mokugyo de mão - tem no eBay por volta de 400 reais; Imagem Daikoku Son Ten - tem na Liberdade; Kanzeon - faltam algumas imagens; Imagem Jizo Bosatsu – Japão – tem na internet; Fotos de fundadores - Moriyama Roshi, Kanner San, Coen Roshi; Incensários; Castiçais; Carvão para koro; Korin – tem no ebay, Mercado Livre; Esteira do DaiTan (Haishiki) – esteira simples de palha; Suporte para água – shasui – tem na Liberdade e internet; Aparador para Jukai; Banquinhos de meditação.
Reflexões dos membros da Associação
Propomos incluir em futuros Boletins curtas reflexões ou cartas dos membros da Associação onde cada um pode expressar seus sentimentos e sugestões.
Mande a sua para contato.viazen@gmail.com.
Iniciamos agora com uma carta enviada por Monja Coen Roshi, nossa orientadora espiritual, no fim do ano passado.
"Muito me alegrou ser convidada a participar dos encontros de praticantes antigos e comprometidos com o Vila Zen. Tem sido revigorante e emocionante perceber a dedicação e o entusiasmo que foi restaurado. Pessoas que estavam distantes se reaproximaram e os projetos estão sendo cuidadosamente considerados para o bem de todos os seres. Eis uma oportunidade maravilhosa da Sanga unida poder decidir, planejar e trabalhar em harmonia - um exemplo de que o mundo precisa... A pandemia nos uniu e nos fortificou. Todos puderam se expressar. Deu ânimo e estímulo a todos nós. Força Zen. Gasshô." Monja Coen Roshi
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